19 September 2025

Revisões da matéria dada (XLVII)

 (ver aqui)

Uma bela lista de eternos wannabes 
Não, não é gralha, descuido ou desatenção, é marketing político rasteiro e fdp
 
(sequência daqui) Foi pelo final dos anos 80 que a reabilitação da obra de Nick Drake teve início com ponto de partida na retrospectiva de Len Brown no "NME" (1989) que considerava Five Leaves Left"uma obra prima da melancolia britânica". Sucessivamente reinvindicada por inúmeros músicos como fonte de inspiração, este boxset de 4 CD agora publicado - The Making of Five Leaves Left -, leva-nos a mergulhar no mundo criativo inicial de Nick Drake. Oferece uma visão reveladora sobre a forma como o álbum de estreia de Drake de 1969, foi concebido, desde os esboços iniciais e as faixas descartadas até à obra final remasterizada. Descoberto por Ashley Hutchings (Fairport Convention') e contratado pela produtora Witchseason de Joe Boyd, Drake ver-se-ia confinado ao estatuto de "artista folk". Five Leaves Left, gravado com um orçamento mínimo em 1969, contava com a participação de músicos que tinham contribuído para a criação do folk rock. No entanto, o seu era um estilo de folk rock muito diferente, com uma pincelada de jazz. Cantadas em tom semi-sussurrado, as canções eram impulsionadas por aquilo que tinha atraído Boyd para Drake: o estilo de guitarra de afinação aberta, tocado de forma particular. (segue)

15 September 2025


MELANCOLIA BRITÂNICA 

Quando, a 3 de Julho de 1969, Five Leaves Left foi publicado, não teve direito a passadeira vermelha nem nada muito próximo disso. Na verdade - sem que sequer a presença dos "Thompson twins" Richard (dos Fairport Convention) e Danny (Pentangle) o pudesse contrariar -, a recepção crítica foi pouco mais do que morna: uma "tonalidade demasiado melancólica e uniforme", uma "atmosfera introspectiva excessivamente obscura e depresiva", e "ausência de dinamismo" foi o que, do "Melody Maker" ao "New Musical Express", ao "Daily Telegraph" e ao "Disc and Music Echo", se opinou, nunca indo além da classificação de "interessante", considerando as canções "incertas e indirectas", e o álbum "melodicamente monótono". Apenas Gordon Coxhill no "NME", admitia que Drake possuía um "considerável talento", mas o disco "carecia de diversidade", e a voz recordava-lhe a de Peter Sarstedt (a "one hit wonder" de "Where Do You Go To My Lovely?" que, em 2007, acabaria por ser ressuscitada por Wes Anderson para os filmes Hotel Chevalier e Darjeeling Limited) mas sem a sedução e profundidade deste. Um pouco mais simpático, porém, do que, parecia ser a opinião corrente na cave do nº 49 da Greek Street londrina onde, de 1964 to 1972, funcionou o clube folk Les Cousins e Drake era "aquele jovem nervoso que punha o público a dormir"... (daqui; segue para aqui)

13 September 2025